Uma sucessão de eventos levanta essa suspeita. Começa com o fato de, apesar de divulgadas agora, as falham terem sido reportadas pelo Google à Intel, AMD e ARM em junho de 2017. Dada a gravidade das vulnerabilidades, o alto escalão da Intel (e das mais companhias) certamente sabia que em algum momento o assunto se tornaria público. Depois vem a descoberta de que Krzanich vendeu, no final de novembro de 2017, o máximo de papéis que podia. De acordo com a Comissão de Títulos e Câmbio dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês), foram 245.743 ações que o executivo já possuía, além de outras 644.135 que foram compradas e depois vendidas quando Brian Krzanich exerceu suas opções. Essa movimentação teria rendido pouco mais de US$ 24 milhões. O executivo ficou apenas com 250 mil ações: esse é mínimo exigido em contrato pela companhia para quem ocupa o cargo de CEO. Manter a quantidade mínima é uma decisão que chama atenção porque, vindo de alguém que está na liderança, sugere preocupação com a saúde financeira da companhia. Não por menos, a movimentação foi notada pelo site The Motley Fool (especializado em finanças) e outros veículos em dezembro. A revelação sobre as falhas está fazendo as ações da Intel caírem, obviamente. Não demorou para alguém relacionar um acontecimento com o outro e levantar a hipótese de que Krzanich, já esperando um cenário trágico, tratou de se prevenir.

Sem perder tempo, um representante da Intel explicou que os dois acontecimentos não têm relação e que as operações de vendas de ações de Krzanich fazem parte de um plano predeterminado conhecido como regra 10b5-1. De fato, esse tipo de plano, por ser programado, é muito utilizado por empresas para evitar negociação de cargos com base em informação privilegiada. Mas a desconfiança persiste mesmo assim, pois o plano de vendas de ações de Krzanich foi registrado no final de outubro de 2017, quando a Intel já sabia das falhas. Mas desconfiança não é o mesmo que acusação. Talvez Krzanich tenha entendido que aquele era um bom momento de programar a venda porque, naquela ocasião, cada ação valia cerca de US$ 45 — em maio de 2013, quando Brian Krzanich foi confirmado como CEO, os papéis da Intel valiam pouco mais de US$ 20. Ainda não está claro se a SEC ou outro órgão irá investigar o caso. Com informações: Business Insider, Mashable.

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