O leilão, como Durov havia dito, está hospedado no Fragment, um “site separado” do mensageiro, feito para quem quiser participar. Por lá, os usuários poderão fazer login usando o Telegram, o aplicativo Tonkeeper ou suas carteiras baseadas no TON. Quem se interessar e quiser comprar algum nome de usuário pode pesquisar à vontade. Contudo, por ora, a empresa está leiloando apenas nomes de usuários inativos entre quatro e cinco caracteres — apesar de alguns identificadores com seis letras serem facilmente encontrados. No momento em que esta matéria é redigida, “bank” é o nome de usuário mais disputado; para tentar obtê-lo, é preciso ofertar um lance mínimo de 73.500 TON (cerca de R$ 640 mil). “Casino” e “auto” também estão entre os mais caros, custando, nessa ordem, a partir de 52.500 TON (R$ 456 mil) e 31.500 TON (R$ 273 mil). Quem ficar com algum usuário, o Fragment vai ajudar a vinculá-los às suas contas do Telegram. Além disso, todos estão aptos a colocarem seus próprios identificadores para serem leiloados. Vale ressaltar que cada leilão iniciado tem prazo de uma semana com uma hora extra para o lance final. Em alguns casos, o lance mínimo diminuirá a cada dia, isto é, se ninguém ofertar um lance maior que a oferta em vigor.
Criptomoeda TON foi desenvolvida pelo Telegram
A criptomoeda Toncoin (TON) pertence à The Open Network, considerada a “sucessora espiritual” das ambições do Telegram. A empresa tinha planos no mundo da Web 3.0, mas eles foram frustrados por órgãos reguladores há cerca de dois anos. O projeto recebeu o apoio de grandes companhias, incluindo a Benchmark e a Lightspeed Capital. Na época, ambas as empresas investiram um total de US$ 1,7 bilhão. Contudo, o mensageiro travou uma batalha na justiça com a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) e foi forçado a abandonar o projeto. Depois que o Telegram parou de trabalhar diretamente na TON — que antes se chamava Telegram Open Network —, grupos independentes continuaram a desenvolver a Toncoin com apoio de Durov, embora ele tenha tentado se distanciar do projeto. Fato é: o app de mensagens tenta, de várias formas, ganhar dinheiro para se manter no mercado. Em 2021, ele introduziu anúncios em canais públicos. No início deste ano, a empresa lançou um plano pago que oferece recursos adicionais para os usuários. Agora, o leilão de nomes de usuários parece ser mais uma tentativa de a empresa manter as contas “no azul”. Com informações: Telegram e TechCrunch