Nas palavras do executivo, “acreditamos que a Apple tem intenção de utilizar exclusivamente modems do nosso competidor em vez dos nossos modems”. Não houve nenhuma menção direta à Intel, mas é fácil saber que Davis se refere a ela: não é de hoje que surgem rumores sobre a Intel fornecendo mais modems à Apple. Os rumores ganharam força em abril, quando Ming-Chi Kuo, um respeitado analista de mercado da KGI Securities, revelou que a Apple estaria planejando usar modems 4G da Intel em 70% dos iPhones de próxima geração — provavelmente, o chip XMM 7560, que suporta redes GSM e CDMA. Os 30% restantes seriam fornecidos pela Qualcomm. Também houve burburinhos sobre a MediaTek fornecendo chips para a Apple. Agora, a declaração de George Davis deixa claro que a Qualcomm está praticamente fora dos planos da Apple para o próximo iPhone. Como é improvável que a MediaTek envie modems à Apple, tudo indica que a Intel será a única fornecedora do componente. Pode parecer que, dadas as complicadas disputas judiciais com a Apple, a Qualcomm não está se importando muito com isso. Mas é o contrário: o iPhone vende bem em todas as partes do mundo e a Qualcomm fornece chips para a linha desde 2011. É por isso que, mesmo que temporariamente, o rompimento com a Apple pode significar grande prejuízo financeiro.
Davis não avisaria os investidores do problema se o risco de deixar de fornecer modems para o iPhone não fosse realmente grande. Mas existe uma chance para a Qualcomm: a Apple também está se afastando da Intel. Soa contraditório, mas é não difícil entender. A Intel fornece modems para o iPhone desde 2017 e, na próxima geração da linha, pode se tornar fornecedora exclusiva. Por outro lado, a Apple estaria recusando chips para Wi-Fi e Bluetooth da Intel e, aparentemente, preparando Macs com processador próprio. Talvez — e apenas talvez — esse afastamento progressivo faça a Apple repensar a sua relação com a Qualcomm. Com informações: The Verge, AppleInsider.