Criminosos expulsam operadoras para vender internet precária em comunidadesComo encontrar um posto de vacinação contra a COVID-19
A decisão de obrigar o Google a restaurar o vídeo antivacina no YouTube foi dada pelo juiz Guilherme Silveira Tavares, da 23ª Vara Cível de São Paulo. O conteúdo estava presente no canal Aliados do Brasil, do qual Gustavo Reis é membro. Nele, o empresário diz a frase “a vacina não foi produzida para imunizar as pessoas contra o vírus chinês”. Por considerar que o material espalha desinformação sobre saúde, o Google Brasil derrubou o vídeo em setembro de 2021, com base nas políticas globais de remoção de contas e conteúdo do YouTube. No entanto, o juiz reverteu a decisão do Google ao considerar que a derrubada do vídeo seria uma forma de censura, o que vai de encontro à Constituição Federal. “Na espécie, o vídeo veicula um debate de opinião. Os debatedores não atentam frontalmente contra fatos e evidências científicas, apenas discutem criticamente sobre as medidas sanitárias adotadas, com enfoque na questão da restrição de liberdade nelas implicada”, escreveu Tavares na sentença do caso. O magistrado cita ainda de que o vídeo se trata de um “posicionamento político e ideológico” do campo da direita, da qual o canal do YouTube e Gustavo Reis fazem parte. Procurado pelo Mobile Time, o Google Brasil não se manifestou sobre o caso.
Empresário tem vídeo com falas contra urna eletrônica
O canal Aliados do Brasil possui 13,2 mil inscritos, foi fundado em janeiro de 2020 e tem, ao todo, 249.380 visualizações. Em outro vídeo, de agosto de 2021, Gustavo Reis aparece no topo de um carro de som durante uma manifestação bolsonarista em Copacabana. No conteúdo, ele realiza um discurso contrário à urna eletrônica e diz que apenas a “contagem pública dos votos” é aquilo que traz a “democracia de verdade”. Desde o começo da pandemia, plataformas de conteúdo e redes sociais, como Facebook, Twitter e Instagram, incluíram nas regras de suspensão quem espalhasse fake news sobre as vacinas contra a COVID-19. Em setembro de 2021, o YouTube passou a aplicar as mesmas regras para quando o conteúdo associa o imunizante ao desenvolvimento de câncer, autismo ou ao vírus HIV — esta última já feita pelo presidente Jair Bolsonaro. Diante das Eleições 2022, a plataforma de vídeos do Google prometeu derrubar vídeos sobre supostas fraudes no pleito de 2018 ou ainda que espalhem fake news sobre as urnas eletrônicas.