Depois, o YouTube continuou perdendo anunciantes após um texto denunciar diversos vídeos voltados para crianças, mas que traziam conteúdo violento ou erótico. Havia, por exemplo, algumas “paródias” com a Peppa Pig, em que a personagem de desenho animado era torturada pelo dentista ou bebia água sanitária. Mais de 150 mil vídeos do gênero foram removidos. Para reforçar sua preocupação com o assunto, o YouTube publicou um texto no blog oficial assinado pela Susan Wojcicki, CEO do serviço, detalhando o que pretende continuar fazendo para evitar abuso da plataforma.
A principal medida é contratar mais gente para moderar conteúdo e encontrar violações das diretrizes de conteúdo. “Revisores humanos continuam essenciais tanto para remover conteúdo quanto para treinar algoritmos de aprendizagem de máquina porque o julgamento humano é crítico para tomar decisões contextualizadas em relação ao conteúdo”, escreveu Wojcicki. A ideia é fazer com que o aumento da equipe também melhore os algoritmos de machine learning. Wojcicki conta que 98% dos vídeos extremistas que são removidos hoje são detectados pelos algoritmos, que ajudaram a equipe de revisão a apagar quase 5 vezes mais vídeos do que anteriormente. Todo esse panorama sobre os esforços da equipe serve para tranquilizar os anunciantes e evitar mais boicotes. “Nós queremos que os anunciantes tenham a tranquilidade de que seus anúncios estão sendo veiculados junto a um conteúdo que reflete os valores de sua marca. Igualmente, queremos dar confiança aos criadores de que seu faturamento não será afetado pelas ações de pessoas mal-intencionadas”, disse Wojcicki.
Para tanto, o YouTube vai selecionar quais canais estão qualificados para receber anúncios com base em um critério mais rigoroso e, com uma equipe maior, promover mais curadorias manuais para ter certeza de que os anúncios estão sendo veiculados onde deveriam. No final, isso também deve dar mais estabilidade aos criadores de conteúdo, sem serem prejudicados por quedas expressivas por conta de boicotes. Por fim, o serviço quer ser mais transparente sobre o que é ou não adequado para ser monetizado, como expresso nas diretrizes da comunidade. Para 2018, Wojcicki prometeu criar relatórios regulares que detalham quais flags o YouTube recebeu e o que eles fizeram a respeito. Será que o serviço terá mais tranquilidade no ano que vem?